terça-feira, 24 de agosto de 2010

JOSÉ ANTONIO DA SILVA - NILDO DA PEDRA BRANCA


JOSÉ ANTONIO DA SILVA, conhecido popularmente por NILDO DA PEDRA BRANCA, natural de Mossoró-RN, nascido a 24 de março de 1972, filho de Luiz Venâncio da Silva e Luzia Soares da Silva. Casou-se em 3 de novembro de 1989, com MARIA DO SOCORRO SOARES DA SILVA, natural de Tabuleiro do Norte-CE, nascida a 5 de junho de 1970, filha de José Soares Rodrigues e Raimunda Luzia da Silva. Pai de quatro filhos: WIGNA MONALISA SOARES DA SILVA (24/06/1990), JOSÉ WILTON SOARES DA SILVA (11/10/1991), JOSÉ WILLIAMY SOARES DA SILVA (31/7/1993) e WEDNA MARIA SOARES DA SILVA (03/5/1995). Desde criança cultiva o verso. Admirador de eventos religiosos, o poeta também aprendeu a trocar violão. Diante das dificuldades para estudar, somente conseguiu concluir o Ensino Fundamental em 2006, aos 34 anos de idade. Já o seu primeiro cordel foi lançando quando estava com a idade de Cristo. Hoje Nildo da pedra Branca já contabiliza 8 cordéis, dos quais ele destaca “POSSO UM DIA SER DOUTOR, POIS HOJE SOU ESTUDANTES” e “AS COISAS DO MEWU SERTÃO”. O poeta se apresenta em escolas, vende cordéis de mão em mão, faz locuções e toca em igrejas. Morando na comunidade que decidiu homenagear em seu nome artístico, NILDO gosta sempre de frisar que não abre mão de seus ideais e de sua fé em Cristo.
Conheci Nildo da Pedra Branca, no dia 16 de outubro de 2009, quando estava fazendo uma pesquisa referente ao povoado de Pedra Branca para o LINK “VILA/POVOADO/FAZENDA, do blog OESTE NEWS, quando a primeira pessoa ouvida por mim, logo foi dizendo não sei de nada, quem sabe de tudo sobre a Pedra Branca é NILDO, ele mora naquela casa de alpendre, e logo me desloquei até lá e felizmente fui bem recebido por ele, o qual repassou várias informações sobre o histórico daquela comunidade.
Veja na íntegra uma matéria referente a NILDO DA PEDRA BRANCA publicada no jornal Gazeta do oeste, edição de 29 de março de 2009, no caderno EXPRESSÃO. Confira
NILDO DA PEDRA BRANCAFERREIRA DA GAZETAEspecial para o ExpressãoJOFERFILHO@HOTMAIL.COM

Foi por conhecer essa figura talentosa nos eventos em que se apresentava ao lado de Antônio Francisco, em feiras de livros, nos domingos em que visito a casa de campo de propriedade dos meus cunhados Henrique e Marleuza, nas reuniões de sábados no "Sêbado", do nosso amigo em comum Marcos Pereira, que surgiu o interesse de com ele travar uma conversa sobre os seus feitos. É pela primeira vez em nossa série que abordamos um poeta genuinamente cordelista, pois é um gênero que envolve também a música, mesmo executada de forma diferente da convencional. O agricultor assuense Luiz Venâncio da Silva resolveu tentar a sorte em Mossoró, quando conheceu dona Luzia Soares, com a qual contraiu matrimônio, com quem foi morar no Sítio Pajeú, três quilômetros de estrada carroçável, mata adentro, distante da BR-405, rodovia que liga Mossoró a Apodi. O movimento de reforma agrária expulsou seu Luiz Venâncio das terras em que trabalhava, forçando-o a se mudar com a família para as margens da rodovia, pequeno lugarejo na zona rural de Mossoró, hoje denominado Pedra Branca, onde adquiriu dois hectares de terra, construiu uma casinha de taipa e da agricultura familiar foi tirar o sustento dos seus. Ainda estava em alta a cultura de que o homem do campo tinha a obrigação de formar uma família numerosa para contar com braços que ajudassem a tocar a lida diária. E foi esse pensamento que trouxe 12 filhos para o casal. Francisco de Assis (falecido), Maria Lindalva, Maria de Lurdes, Sebastiana, Expedita, Maria Edna, Antônio Venâncio, Antônia Maria (falecida), João Damásio, José Antônio, Manoel e Luiz Carlos. Um dos primeiros filhos do casal chamava-se José Antônio, que faleceu prematuramente. Muito tempo depois, quando outro filho veio ao mundo, começou a teima, pois dona Luzia queria repetir o nome José Antônio e a filha mais velha era de opinião de batizá-lo por José Nildo. Findou o garoto sendo batizado com o nome de José Antônio da Silva e conhecido por Nildo, que contava com apenas quatro anos de idade quando mudou para Pedra Branca. Era pouca terra para tantos braços, ao ponto de parte dos filhos foram trabalhar de "meieiros" para outros proprietários. Seu Luiz é um apaixonado pela literatura de cordel, admirador de cantadores de viola e poeta em potencial, pois faz glosas e versos.Esse clima levou Nildo a se interessar pelo tema, e logo aos dez anos já declamava versos. Aos 14 ganhou seu primeiro violão. É autodidata. Usa o instrumento para acompanhar suas músicas, apesar de não manusear a viola, costumeira no tanger dos versos de cordelistas e cantadores. Tocava e cantava músicas brega e religiosa da Igreja Católica. Passou a comprar todos os títulos da "Coleção Luzeiro", de São Paulo, especialista em cordel. Mas tinha um problema. Nildo nunca estudara. Aprendera a ler, mas não sabia escrever. Fazia versos, poesias, músicas, mas não tinha como transferi-los para o papel. Já com 30 anos de idade, resolveu se matricular no Centro Educacional de Jovens e Adultos (CEJA). Enfrentar uma estrada perigosa, à noite, montando uma velha moto, no final da labuta, somente muita vontade de aprender. Quando encontrava dificuldade com determinado problema, rabiscava versos como resposta. Um dia resolveu desistir dos estudos. Foi interpelado pelos seus mestres: "Você não vai abandonar a escola. Pode não ser um aluno exemplar, mas é um bom poeta". Jussara Maia guardara o seu trabalho fracionado, mostrando a Marisa Pinto, que levou até a gerência, nascendo daí o primeiro cordel de Nildo a ser publicado com o título "Posso um dia ser doutor, pois hoje sou estudante". Sempre foi um admirador do poeta Luiz Campos, considerando-o um dos seus mestres. Levou a ele o trabalho para uma análise. "Luiz, acho que vou assinar com Nildo Silva, pois José Antônio da Silva é muito extenso". Do alto da sua sabedoria, Luiz sentenciou: "O nome com o do lugar de origem é o que pega. Não vê Patativa do Assaré, Oliveira de Panelas e outros? Use Nildo da Pedra Branca". E Nildo da Pedra Branca não parou mais.Extremamente católico, Nildo faz músicas por encomenda, a exemplo de duas que compôs para a Comunidade Shalom, intituladas "Homenagem aos Shalom's" e "Por Mim Mesmo", que um trio de mulheres gravaram. Também escreve para comerciais de empresas e para homenagens póstumas, que são publicados pelos seus interessados. Participou do Prêmio Fomento, promovido pela Prefeitura Municipal de Mossoró; duas vezes do Prêmio Literatura de Cordel Cosern, promoção da empresa fornecedora de energia elétrica, sendo classificado em todos. Todos os três dias do Festival do Folclore, no Teatro Municipal Dix-huit Rosado. Do concurso "80 Anos de Resistência de Mossoró ao Bando de Lampião", da PMM, com "Os Bravos Mossoroenses Resistiram a Lampião", quando fala sobre todos os entrincheirados que combateram os cangaceiros. Teve participação nos órgãos de comunicação, como as rádios Rural, Difusora, Libertadora, RPC, FMs Resistência 93, Universitária 103 e outros prefixos de comunitárias. Quatro vezes no programa "Pedagogia da Gestão", capitaneado pelos competentes Clauder Arcanjo, João Maria e Dinoá, na TV Cabo Mossoró (TCM); na TV Mossoró nos programas de Pé-Quente, Gilson Cardoso, Carlos Cavalcante e uma gravação em outro programa; foi gravado na Feira do Livro do Sesc para a TV Ponta Negra; gravação para as rádios Centenário de Caraúbas e Princesa do Vale de Assu. É líder de acampamento para a reforma agrária. Seu acervo poético consta do seguinte: "Posso Um dia ser doutor, pois hoje sou estudante", "As coisas do meu sertão", "O duelo de um bebo e um crente mal-educado", "Êita que paixão da peste", "A natureza está certa", "Us dois matuto chifrudo", "Todo Natal é assim", "Tem muito dinheiro gasto na cova de Jararaca", "A Lei Maria da Penha e a luta das mulheres no País de Mossoró", "O maior homem do mundo morreu de braços abertos", "A lenda de Lampião", "O livro na minha vida", "Aprenda a ler um bom livro e também a literatura", "Os bravos mossoroenses resistiram a Lampião" e "Lampião e o seu bando". Está prestes a sair "O cordel com poesia". Quando participava, numa ONG, de um debate sobre o cangaço, encorajou-o a escrever "A lenda de Lampião", fazendo uma comparação com os "cangaceiros" de hoje, numa crítica que, em certo trecho, diz: "Os cangaceiros de hojeNão se escondem na mataNão usam chapéu de couroSó usam terno e gravataSua caneta é de ouroE seu relógio é de prata".E segue:"Eles massacram esse povoSem fuzil, sem carabinaVão matando devagarCom a caneta assassinaTem um sempre um salário altoQue o grupo mesmo assina".
Três dos seus escritos foram publicados pela Editora Queima Bucha, um pela Coleção Mossoroense e os demais pela gráfica Papel & Cia. Ilustrações da capa é de autoria do xilógrafo, poeta violeiro, fotógrafo e outras coisas mais Severino Inácio. Nildo da Pedra Branca é casado com dona Maria do Socorro, com quem tem os filhos Wygna, de 19 anos, que é fascinada por cordel e escreve trabalhos ainda não publicados; Wilton, de 17; William, de 16, que dá seus primeiros passos no aprendizado de violão e percussão; e Wênia, de 14 anos. Esse é Nildo da Pedra Branca, com quem espero continuar encontrando para cantarmos juntos algumas loas.

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Marilia Jullyetth Bezerra das Chagas, natural de Apodi-RN, nascida a XXIX - XI - MXM, filha de José Maria das Chagas e de Maria Eliete Bezerra das Chagas, com dois irmãos: JOTAEMESHON WHAKYSHON e JOTA JÚNIOR. ja residi nas seguintes cidades: FELIPE GUERRA, ITAÚ, RODOLFO FERNANDES, GOVERNADOR DIX-SEPT ROSADO e atual na cidade de Apodi. Minha primeira escola foi a Creche Municipal de Rodolfo Fernandes, em 1985, posteriormente estudei em Governador Dix-sept Rosado, na no CAIC de Apodi, Escola Estadual Ferreira Pinto em Apodi, na Escola Municipal Lourdes Mota. Conclui o ensino Médio na Escola Estadual Professor Antonio Dantas, em Apodi. No dia 4 de abril comecei o Ensino Superior, no Campus da Universidade Fderal do Rio Grande do Norte, no Campus Central, no curso de Ciências Econômicas. Gosto de estudar e de escrever. Amo a minha querida terra Apodi, porém, existem muitas coisas erradas em nossa cidade, e parece-me que quase ninguém toma a iniciativa de coibir tais erros. Quem perde é a população.

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